domingo, 3 de agosto de 2014

Você conhece o seu lado investidor?

Quem pensou em aplicar suas economias em alguns tipos de fundos, de 2010 para cá, foi convidado pela instituição financeira a responder um questionário. As perguntas buscam basicamente identificar quais os objetivos de vida e a tolerância ao risco do cliente. 

Esse processo, conhecido como API (Análise de Perfil do Investidor), foi criado com o objetivo de alinhar os investimentos feitos no varejo ao momento e expectativas de cada um. “As pessoas são diferentes por sua história de vida e também pela relação que possuem com o dinheiro. Há pessoas que realmente não suportam o inesperado”, afirma o professor da Universidade Federal de Santa Catarina e atualmente consultor do programa Uso Consciente do Dinheiro, do Itaú, Jurandir Macedo.
Autoconhecimento é importantePara ele, a exigência da API é muito positiva, mas o preenchimento do questionário deve vir junto com uma reflexão do investidor. “É muito importante que cada um se conheça de fato. O simples ato de responder as questões já leva a pessoa a essa reflexão”, explica Jurandir. “Porém a única forma da pessoa se conhecer realmente é na prática. Se você não sabe qual vai ser a sua reação ou quer aprender sobre os investimentos, comece aplicando aos poucos”. (Veja no quadro, que fatores devem ser considerados no momento dessa reflexão).

Já o gerente de relacionamento do Santander Asset Management, Clayton Calixto, orienta o investidor a buscar informações. “Livros e material didático sobre finanças pessoais podem ajudar bastante”, diz. De acordo com Calixto, a pessoa deve levar em conta sua experiência anterior e o horizonte de tempo do investimento que está fazendo. Mas é importante ser realista. “Curto prazo significa intenção de permanecer no investimento cerca de um ano e meio. O longo prazo significa aplicações de 10 a 15 anos”, alerta.

Aplicação dos questionários começou no Private BankingA adoção da prática do API no varejo, coordenada pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), começou em janeiro do ano passado, após a experiência bem-sucedida com os clientes do Private Banking, aqueles que aplicam mais de R$ 1 milhão.  

Neste segundo semestre, o Comitê de Distribuição de Produtos no Varejo da Associação, presidido por Marcos Daré, decidiu ampliar a aplicação do questionário para praticamente todos os produtos de investimento. “A experiência foi muito boa. Clientes e instituições aceitaram bem a medida, pois entenderam os benefícios que ela traria ajudando a direcionar recursos para os produtos de investimento adequados”, avalia Daré.

Expansão para todos os produtosA ampliação vai atingir, no próximo ano, todos os fundos de investimento, incluindo os estruturados, como Fundos de Investimento em Participações (FIP) e Fundos Imobiliários, e produtos de tesouraria, como CDBs. Instituições que comercializam produtos de corretoras, incluindo ações e debêntures, têm até o final de 2012 para viabilizar a aplicação do questionário também para esses ativos.

“A ampliação da análise, além de facilitar e aprimorar a tomada de decisões por parte do cliente, também ajuda na estruturação de sua carteira de investimentos”, afirma a vice-presidente da ANBIMA, Denise Pavarina, que completa: “além de identificar o perfil do investidor e mensurar sua aversão a risco, a API ainda permite realizar uma comparação de sua carteira de investimentos atual com a carteira de investimentos ideal ao seu perfil”.

http://www.comoinvestir.com.br/boletins-e-publicacoes/boletim-como-investir/Paginas/Voc%C3%AAconheceoseuladoinvestidor.aspx

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